La La Land - Cantando Estações (Crítica)

Concorrendo a 14 Oscars, o musical faz jus as indicações.


   "Cidade das Estrelas... Cantará só pra mim?" 

Esta frase não faz apenas parte do filme, como também o define. 

E quem personifica tais palavras são os personagens:

Sebastian (Ryan Goslling) 

Um pianista "free lance" que deseja abrir seu próprio clube de Jazz. Para ele, esse gênero musical está morrendo e quer evitar isso, tem um lado bem tradicionalista.

Mia (Emma Stone) 

Uma jovem que anseia brilhar em Hollywood. Ela quer ser atriz, mas tende à frustração ao passar por descasos em suas audições (a realidade de muitos que entram no ramo).


Não demora para que essas duas estrelas pisquem uma para outra e deem andamento a uma - como disse uma chegada minha - história simples, porém bonita.


Eu não apreciava musicais, pois eles, simplesmente, não me cativavam. Mas como eu poderia ter uma real posição a respeito se eu não tinha maturidade ou entendimento para saber, sequer, do que se tratava um musical? Eis que um dia eu vi Once More With Feelings (episódio musical do seriado Buffy - A Caça-Vampiros) e fiquei surpreso com o resultado, abriu minha mente para a mágica que se encontra por trás do gênero. 



Desde então, passei a enxergar musicais com outros olhos. Com isso, e um pedido que me foi feito (cof) de conferir a mais recente obra do diretor/roteirista Damien Chazelle (que mandou muito bem em Whiplash), eu fui surpreendido, de novo, pois La La Land consegue brilhar e transitar em vários ritmos sem parecer enfadonho.


Logo no início, o "show de abertura" é tão magnífico que dá vontade de estar lá, participando, e nos faz pensar "o que mais pode vir pela frente?". A projeção é tão rica que outros momentos também te seguram, desde uma simples conversa gerando faíscas à canções que te fazem sonhar acordado. 


O filme se passa nos dias atuais, mas tem uma pegada retrô, o que poderia ter sido conflituoso SE não fosse o belo de trabalho de montagem que aproveitou o contraste e deu charme a película. Tem um bom roteiro; seu figurino casa bem com a ambientação, que tem uma fotografia admirável (algumas cenas lembram até quadros artísticos); a trilha sonora é concisa e gostosa de ouvir; e os atores estão ótimos, a química entre Ryan e Emma é como uma mistura de "dança" e chuva".

(Entendedores entenderão)

Mas como nem tudo são flores... Ryan, mesmo atuando bem e mostrando que sabe entrar na dança, parece um pouco sistemático quando canta, não traz surpresas vocais, o que não é ruim, mas dentro de uma obra tão glamorosa, esperava-se algo mais ousado. E a sua parceira, Emma, apesar de ter o melhor equilíbrio entre cantar e dançar, apresenta uma certa caricatura em alguns momentos, nada tão comprometedor.

(É só uma crítica, gente, o.O)

Tanto como roteirista ou como diretor, Chazelle já mostrou que sabe contar uma história, deu duas grandes tacadas seguidas: primeiro, surpreendeu com Whiplash, um filme simplório, mas intenso; e agora, trouxe uma película potencialmente clássica que revigorou o gênero musical, gênero este sem expectativa nas telas desde Os Miseráveis (2012). La La Land (Terra de Los Angeles, em dito rítmico)  é um filme meticuloso, convidativo e emocionante, sem dúvida merece ser conferido, principalmente, por aqueles que curtem romance e uma narrativa dinâmica.

(Agora sim, né? ^^)

[O texto foi centralizado como uma composição musical]

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